O espelho da alma refletia um holocausto. Ruínas
de quem um dia teve treze anos. Viciada pela infância, tentou
de todas as formas interromper o ciclo eterno dos ponteiros do relógio.
Em vão tentou infringir a lei da gravidade que agiu sob a
areia da ampulheta, em vão buscou pelo freio do planeta Terra...
E os anos passaram. Não digo que a imaturidade tenha esvaido-se
com a idade pueril. Todavia, relíquias que deviam ser deixadas
para trás há muito tempo foram abandonadas agora,
oficialmente. A espontaneidade forçada deve ser eximida de
uma vez por todas.
The Beholder
Mionissa Freek ou Mione Freek ou Frika, como preferir. Sua primeira
visão do mundo foi há dezessete outonos e seu sonho
de criança é ser "escrevista". É
extremamente egotista, o que considera uma anomalia moral terrível,
entre tantas outras. Perfeccionista e imperfeita: impulsiva, individualista,
taciturna, melodramática. Não sabe o que está
fazendo aqui, mas gostaria muito de descobrir.
Orkut: Mionissa Freek
Textos em cinza:
apóstrofe; comentários, avisos, etc. Textos em preto: contos fictícios
rasKunho
Antes já foi chamado de "Mione Kicks Asses" e exibia
uma paixão pueril pelo nonsense, pelo absurdo. E agora?
O layout
Mal confeccionado com uma imagem perfeita criada por Anry.
As frases do layout ("a dreamy-eyed child staring into night
/ on a journey to a storyteller's mind" e "drown
into my eyes and see the wanderer") são trecho de
duas músicas do Nightwish: Wishmaster e Wanderlust, respectivamente.
O tirano retorna ao mar 12.2.05 - Frika
A fúria do gigante azul. Com suas garras salgadas temperou de dor a alma da humanidade. Milhões de seres inalaram as últimas moléculas de oxigênio naquele instante - e o mundo derramou suas doces lágrimas sobre as salgadas águas do oceano homicida.
O tirano volta ao mar. Os restantes, à distância, enviam seu socorro; enviam ajuda àqueles que sentiram a cruel carícia do oceano, todavia abriram os olhos para ver outro amanhecer. Viram o sol, que o gigante azul não pôde tocar, porém não mais viram seus familiares, seus amigos, tampouco seu lar. Jornais de todo o planeta têm a mesma manchete - death, shi, mort, Tod, muerte, morte... Tsunami. O mundo estende a mão - por compaixão ou hipocrisia, não se sabe. Pouco importa. Pouco dura.
Quantas mil pessoas devem perder a vida para desviar a atenção dos terráqueos do próprio umbigo? Quantos jornais devem anunciar uma enorme tragédia para que as nações estendam as mãos umas às outras? Quantas lágrimas devem rolar pela mesma razão para que o mundo tenha compaixão mútua? Um oceano delas.
Mas hão de secar. Egoísmo, ambição, inveja... Não resta espaço à piedade (salvo, obviamente, a auto-peidade). Então, enquanto suas vítimas ainda estiverem padecendo da destruição e da memória, haverá, do outro lado do mundo, espectadores do noticiário rindo e gracejando nos raros momentos em que a palavra Tsunami for novamente mencionada pelos tiranos que ainda não retornaram ao mar.
POST SCRIPTUM Desencadeou-se após ouvir piadas sobre o Tsunami. Eu sei, não quero que o mundo fique chorando eternamente pelas grandes tragédias. Foi apenas uma observação. Título inspirado em uma música chamada "Return to the Sea", que contém o verso: "a tyrant's return to the sea".